JUSTIÇA NEGOCIADA OU PROTEGIDA? LIMITES DA AUTOCOMPOSIÇÃO NA VARA DO TRABALHO DE COLATINA-ES

Autores

  • Waléria Demoner Rossoni Universidade Vila Velha - UVV
  • Rodolfo Roldi Corona Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC

DOI:

https://doi.org/10.54578/unesc.v9i1.541

Resumo

O estudo verifica a autocomposição, em especial a conciliação, na Justiça do Trabalho como um instrumento de efetivação da justiça social. Diante da tensão entre vertentes que defendem a ampliação da autonomia das partes na resolução dos conflitos e àqueles que a rejeitam sob o prisma estrito da proteção, fundamentado em uma raiz principiológica da Justiça do Trabalho. Parte da abordagem histórico-normativa traz em seu bojo a origem da conciliação como ferramenta voltada à pacificação social, passando pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e a Constituição Federal de 1988, destacando a importância das Juntas de Conciliação e Julgamento. Na segunda abordagem, problematiza-se a atuação do juiz do trabalho frente à diferença entre as partes, com evidência a relevância de sua postura proativa e crítica nas audiências trabalhistas. O estudo se aprofunda no recorte empírico da Vara do Trabalho de Colatina-ES, no período de 2020 a 2024, observando discrepâncias entre o aumento de processos e as oscilações nas práticas conciliatórias homologadas, evidenciando limites estruturais e culturais da autocomposição. O terceiro eixo explora os debates entre o modelo alternativo de justiça e os princípios trabalhistas. Com base na audiência pública do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, discute-se a conciliação pré-processual, a atuação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania – Cejuscs e os riscos de diminuição da proteção ao obreiro. Conclui-se que a política conciliatória equânime exige isonomia entre autonomia e proteção estatal, sendo a conciliação legítima tão somente quando alinhada aos direitos fundamentais e à função social.

Palavras-chave: Autocomposição. Justiça do Trabalho. Proteção social. Autonomia da vontade.

Biografia do Autor

Waléria Demoner Rossoni, Universidade Vila Velha - UVV

Doutoranda em História, área de Concentração em História Social das Relações Políticas, da Universidade Federal do Espírito Santo (curso iniciado em 2024). Mestra em Segurança Pública pela Universidade Vila Velha (2015-2016). Especialista em Filosofia e Teoria do Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2014-2015). Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo Centro Universitário do Espírito Santo (2013-2014). Graduada em Direito pelo Centro Universitário do Espírito Santo (2009-2013). Graduada em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (2021-2025).

Rodolfo Roldi Corona, Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC

Acadêmico de Direito do Centro Universitário do Espírito Santo –UNESC. Aluno voluntário do Programa de Iniciação Científica do UNESC

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Publicado

2025-07-21

Como Citar

Rossoni, W. D., & Roldi Corona, R. (2025). JUSTIÇA NEGOCIADA OU PROTEGIDA? LIMITES DA AUTOCOMPOSIÇÃO NA VARA DO TRABALHO DE COLATINA-ES. UNESC Em Revista, 9(1), 119–139. https://doi.org/10.54578/unesc.v9i1.541

Edição

Seção

Artigos